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sexta-feira, 26 de abril de 2013

Estilos de Vinhos - Continuação


VINHOS BRANCOS ENCORPADOS

Finca Los Nobles Chardonnay R$ 116,00

Le Chardonnay Grand Vin R$ 90,00 

Pouilly-Fuissé Sous Vergisson R$ 171,00  

São vinhos secos, que apresentam duas características fundamentais que os distinguem: concentração e complexidade. Vários fatores contribuem para esta riqueza de sabores, como terroir e vinhedos especiais, baixo rendimento por planta, colheita da uva bem madura, uso mais intensivo de madeira, etc, que tornam em geral estes vinhos caros. Aqui, como no caso dos brancos de corpo médio, domina a Chardonnay. Outras uvas com grande potencial para este estilo são: Marsanne, Semillon e Viura.

Os vinhos com caráter muito marcado pela madeira estavam muito em voga há alguns anos, especialmente os Chardonnays californianos e australianos, levando a exageros que sobrepunham a madeira a qualquer outro sabor. A reação não tardou a acontecer, com o movimento Anything But Chardonnay(ABC) condenando radicalmente esta prática. Hoje nota-se a tendência inversa, buscando-se uma presença menos evidente da madeira, que deve permanecer no background, mais ao estilo europeu, deixando brilhar a fruta, o mineral, e outros aromas e sabores, numa paleta mais ampla e complexa.

No Velho Mundo, a máxima expressão da Chardonnay se dá na Borgonha, especialmente nas áreas de produção denominadas Grand Cru e logo abaixo as Premier Cru; os vinhos são mais concentrados e envelhecem muito bem, ganhando uma riqueza de sabores especial com uma guarda de 3 a 10 anos. 

Bordeaux tem também sua participação nos brancos encorpados, com a denominação Pessac-Leognan (Graves), onde é utilizada uma combinação de Semillon e Sauvignon Blanc, passando por madeira e apresentando muitas vezes um caráter tostado e mineral elegantes, com textura cremosa, podendo evoluir bem por mais de uma década. No Rhône, a maior expressão fica por conta do Hermitage branco, baseado nas uvas Marsanne e Roussanne.

Na harmonização, os vinhos brancos encorpados requerem pratos também ricos em sabor, como caranguejo, lagosta, salmão, haddock e bacalhau. Sua textura cremosa pede um prato untuoso, enriquecido por manteiga ou molhos cremosos. São muito interessantes também para apreciação isolada e tranquila de seu exuberante sabor e complexidade.


BRANCOS AROMÁTICOS E/OU SEMI-SECOS

Szamorodni R$ 68,00

Royal Tokaji Furmint R$ 72,00

São vinhos que podem ser secos ou adocicados, trazendo componentes aromáticos marcantes, principalmente os perfumados e sedutores florais. Esta categoria de vinhos é bastante ampla, comportando vinhos diversificados. Estes vinhos não passam por barricas de carvalho, trazendo seus aromas diretamente da fruta, embora alguns conseguem envelhecer bem e transformar o frutado original em complexidade de bouquet.
São vinhos muitas vezes utilizados como aperitivos e nem sempre combinam com o prato principal.

A chave para estes vinhos são as uvas aromáticas. As principais são: Gewurztraminer, Moscatel, Riesling, Viognier, Torrontés, Sylvaner, Müller-Thurgau, Chenin Blanc, Furmint (Tokay húngaro), Grüner-Veltliner, Pinot Gris, Malvasia e Riesling Itálico.
A Gewurztraminer dá origem a vinhos de grande intensidade aromática, apresentando pétalas de rosas e lichias como características que lhe conferem o título de vinhos brancos com aromas mais exóticos do mundo. Sua expressão máxima se dá na Alsácia, onde apresenta grande complexidade, opulência e equilíbrio, difíceis de atingir em outras regiões. 
Harmoniza muito bem com peixes defumados, aves, comida chinesa e indiana.

A Riesling é considerada por muitos a rainha das uvas brancas, rivalizando com a Chardonnay, porém em estilos completamente diferentes. Existe uma grande variação conforme o grau de açúcar residual da vinificação. Na Alemanha, a classificação em qualidade crescente leva em conta a concentração de açúcar da uva no momento da colheita. 

Trazendo aromas florais, cítricos e minerais, a Riesling é uma uva com alta acidez e longevidade, que com o envelhecimento realça o caráter de petrolato ou traços de mel. A acidez permite um bom equilíbrio com diferentes graus de açúcar. Os alemães têm baixos teores alcoólicos. Já os alsacianos são mais ricos, encorpados e alcoólicos, menos florais e com mais especiarias. Nos australianos, predomina a fruta, especialmente a cítrica.

A Riesling Itálico não tem parentesco com a Riesling, dando origem a vinhos leves e frescos, frequentemente florais. Predomina nas regiões italianas do Vêneto e Friuli e adaptou-se excepcionalmente bem na Serra Gaúcha, estando presente em grande parte dos espumantes brasileiros e também em vinhos tranqüilos leves.

A Müller-Thurgau é um cruzamento da Riesling com a Sylvaner, de qualidade inferior e presente nos vinhos alemães mais baratos, como os Liebfraumilch.

A Viognier é responsável pelos excelentes brancos aromáticos , no Vale do Rhône, sendo uma uva de difícil cultivo, mas que já desponta em outros países.

A Moscatel é uma uva espetacular, que dá origem a vinhos secos, meio-secos e doces, trazendo em suas variantes aromas intensos de frutas, flores e especiarias. Estes vinhos são bastante usados como aperitivo.

Mais e mais recebemos no Brasil vinhos de Torrontés, a uva aromática de origem espanhola que encontrou sua máxima expressão na Argentina. São vinhos bem leves e florais, que muitas vezes carecem de acidez e precisam ser consumidos jovens.


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