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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Ardbeg: Single Malt para mudar conceitos



Ardbeg: a destilaria dos sonhos

A ilha de Islay é famosa por fornecer um single malt rico em aromas turfosos (a turfa é abundante na região e serve como combustível de defumação no aquecimento da cevada maltada). Entre suas preciosidades, podemos destacar facilmente o fabuloso Lagavulin e o imponente Laphroaig (talvez o single malt preferido do príncipe Charles). Entretanto, existe um single malt na ilha, não tão conhecido como os dois acima citados, que para muitos especialistas, é o whisky a ser degustado na sonhada ilha deserta, como último desejo. Eis o estonteante Ardbeg Islay Single Malt Scotch Whisky. Jim Murray, o grande especialistas britânico, diz em seu livro: “Se eu tivesse um cheque em branco para comprar uma destilaria, poderia pensar em duas ou três por alguns segundos, mas a escolha certeira teria que ser Ardbeg”.


Não é exportado para o Brasil

O vídeo abaixo é de outro especialista, Ralfy Mitchell, com suas degustações sempre muito didáticas (www.ralfy.com), falando um pouco da emoção de provar um Ardbeg Ten Years Old. Jim Murray corrobora com esta mesma ideia que The Ardbeg quando provado, provoca sensações diversas e mutantes a cada novo gole. Marmelo, maresia, evidentemente a turfa, caramelo, manteiga, sherry, mineral (pedra calcária), entre outros aromas, são os descritores mais recorrentes.


O processo de elaboração deste whisky passa por várias etapas, como veremos a seguir. O teor de turfa no malte é de 50 ppm (partes por milhão), enquanto a maioria de outros maltes de Islay contem de 20 a 30 ppm. Os moinhos para triturar a cevada são extremamente raros e tradicionais, datam de 1921. A água pura e cristalina utilizada no processo vem de uma fonte situada a três milhas da destilaria por um veio subterrâneo abaixo do lago Larnan. A etapa de embeber a cevada maltada para extrair o açúcar contido é feita em três tempos. Primeiramente, é adicionada água em temperatura de 68ºC para melhor extrair o açúcar inicial. Na segunda partida de água, a temperatura sobe para 80ºC, pois a extração de açúcar fica mais difícil. E na última partida, a água está em 85ºC. Em cada uma destas partidas, a água é drenada para os fermentadores que veremos em seguida. Os fermentadores foram construídos com pinus do Oregon (região noroeste dos Estados Unidos). O líquido sai depois de uma longa fermentação a 7,5 graus de álcool. Na sequência a destilação é feita em duas etapas em equipamentos de cobre onde o grau alcoólico sobe para 62,5º livre de impurezas. Na etapa de maturação, a madeira vem de várias fontes. São utilizados barris de Bourbon (whisky americano) de primeiro e segundo uso, além de barris de Sherry (Jerez). Há também a utilização de barris novos de carvalho francês. A proporção de cada tipo de barril é ditada pelas características e potência do lote de whisky em questão. Como a maturação ocorre junto ao mar, os aromas de maresia e iodo acabam influenciando na bebida.

No engarrafamento, este single malt não é fitrado (veja os dizeres no rótulo: non chill-filtered). Como nos vinhos artesanais, Ardberg não abre mão de óleos essenciais presente no whisky que trarão complexidade e textura ao mesmo.

Outra preciosidade desta destilaria é o potente Ardbeg Uigeadail, uma seleção das melhores partidas de vários whiskies nas últimas décadas, amadurecidos nos melhores barris de Sherry. Suntuoso e complexo. Jim Murray classifica-o com 97,5 pontos, quase perfeito.

Na sua próxima parada em algum Duty-free, lembre-se desta destilaria, mesmo que você não seja fã de destilados. Vale a pena correr o risco.


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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Enochato: Um estado de espírito


O termo enochato, muito recorrente nos dias atuais, normalmente é mais um estado de espírito do que uma qualidade ou defeito. Uma pessoa não é enochata, ela está enochata. E esta situação não é restrita somente ao mundo dos vinhos. Qualquer assunto discernido e comentado de maneira inconveniente dentro de um determinado ambiente, pode produzir os mesmos efeitos desagradáveis e constrangedores. Imaginem um cardiologista reputado discorrendo sobre técnicas cirúrgicas com um vocabulário bastante específico ao assunto, numa roda de amigos com profissões completamente distintas da medicina. Portanto, não devemos criticar o conhecimento, quando houver, e sim o contexto e a forma como ele é explanado.


Bela oportunidade para ficar calado

Falar de vinhos de uma forma técnica é mais que natural quando estamos com pessoas do meio, sem nos tornarmos inconvenientes e dispensados de dar pequenas explicações quando nos referimos a um vocabulário bem específico.


Enochato pode ser contagioso

O grande problemas dos enochatos é quando temos falsos conhecedores de vinhos, o que hoje em dia é mais  que corriqueiro. O exemplo clássico é quando a pessoa faz um curso básico de vinhos, viaja para Argentina ou Chile uma única vez, e se diz entendedor de vinhos. Neste caso há um desserviço ao mundo do vinho, e as pessoas que dão ouvidos a este tipo de gente acaba absorvendo conceitos errados ou equivocados sobre degustação, enogastronomia, serviço do vinho, e por aí vai. O mais grave é que essas pessoas podem estar infiltradas nas lojas de vinhos (certos tipos de vendedores) e nos restaurantes com alguém intitulado pelo patrão como sommelier. Desconfie sempre de vendedores  que usam e abusam de adjetivos superlativos para vinhos relativamente simples. Na parte de sommellerie,  o competente chef de cozinha e sommelier Dânio Braga dá a receita: se um sommelier ficar mais de cinco minutos na mesa do cliente, está dispensado!

Lembro-me de um cliente no restaurante muito “detalhista e preocupado” com os vinhos quando solicitou alguns espumantes antecipadamente para um jantar empresarial. Pediu que os gelassem convenientemente para a recepção dos convidados. Na hora H, chegando os convidados, resolver suspender os espumantes alegando que o clima tinha mudado e estava muito frio. Prontamente, aconselhei-o a não suspender o serviço com o seguinte argumento: “Se o problema de servir espumantes estivesse relacionado ao clima, ninguém tomaria champagne em sua região de origem”. Ele pensou um pouco e resolveu dar  sequência ao serviço.

Portanto, fique atento a estas situações. Muitas vezes é melhor fazer como os bons médicos, voltando ao exemplo da medicina. Procure explicar com palavras simples, principalmente àquele de origem humilde e conhecimento restrito, um procedimento médico ou a situação real em que a pessoa se encontra. Deixe seus conhecimentos técnicos e vocabulário específico para um contexto mais apropriado. Em suma, mais uma vez o bom senso é a diretriz da questão.


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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Vinho e Arte, uma combinação irresistível



A inauguração do novo Museu Mouton-Rothschild, agora aberto ao público, é uma excelente oportunidade para se comprovar que, mais que nunca, vinho e arte combinam espetacularmente bem...

A família Rothschild, com a Baronesa Phillipine ao centro, ladeada por seus filhos Philippe e Julien, na nova galeria de arte do Château Mouton-Rothschild, em Pauillac

A atração da arte pelo vinho beira o irresistível. Muitos quadros famosos, como o clássico Bacco Menino de Caravaggio, retratam de forma inequívoca essa feliz união.

Se prestarmos atenção ao que escrevem os críticos de vinho, veremos que, com muita frequência, são utilizados termos mais adequados à descrição de obras de arte, tais como "pinceladas de carvalho" ou "esculpir as uvas".

Muitas vinícolas se aproveitaram desse fato e construíram em suas dependências verdadeiros museus, com obras de renomados pintores. Dentre estas, poderíamos citar a a espanhola Bodegas Tradición em Jerez, que possui até um El Greco original em seu precioso acervo, a Ortega Fournier em Mendoza, que promove exposições e dança flamenca em sua incrível sala de barricas, ou a Hess Collection, no Napa Valley, cujo nome já denuncia suas intenções. 


Museu das Bodegas Tradición em Jerez de La Frontera, uma das mais impressionantes coleções particulares da Espanha. Os vinhos da Tradición são importados para o Brasil pela Vinissimo (www.vinissimo.com.br)


Mas nenhum produtor chegou tão longe nessa ligação quanto o francês Mouton Rothschild, um dos cinco Premier Grand Cru Classé de Bordeaux, obra inspirada do genial Baron Phillipe de Rothschild. 

A primeira iniciativa de Phillipe nesse sentido se deu em 1924, quando colocou no rótulo da primeira safra do Mouton uma obra do artista Jean Carlu. No entanto, essa ação só se transformaria em tradição, que hoje é a marca registrada do Mouton, a partir de 1945, quando o Baron Philippe colocou em cada um dos rótulos uma obra de arte original de um grande artista, ligando a arte em seu estado mais puro com a arte de elaborar um grande vinho em cada safra. 

Nascia assim uma das mais interessantes e valiosas coleções de arte do mundo, que reuniu artistas como Picasso, Miró, Chagall, Braque, Francis Bacon, Dali, Balthus e até o Príncipe de Gales, Charles...


Os quadros originais que ilustram os famosos rótulos do Mouton-Rothschild desde 1945 podem agora ser vistos de perto, no novo Museu Mouton...


Mesmo tendo completa liberdade de criação, os artistas foram obviamente atraídos por temas ligados ao vinho, tais como a parreira, o prazer de beber e o símbolo do Mouton Rothschild, o carneiro. As valiosas obras originais formam um dos mais cobiçados acervos do mundo e viajam por muitos países em exposições itinerantes muito concorridas. 

A partir de 2013, os quadros ganharam nova residência, a Sala das Pinturas para os Rótulos, situada ao lado da nova sala de vinificação inaugurada em junho desse ano, onde, em dois andares, os quadros são exibidos em vitrines especialmente criadas pelo designer Francis Lacloche, junto aos rótulos originais de cada uma das safras, com iluminação especialmente criada para ressaltar seus melhores atributos. 

No fantástico Museu do Vinho em Arte, alojado numa antiga sala de barricas do Château Mouton, se exibem obras relacionadas ao vinho, tais como esculturas, tapeçarias medievais, entalhes em marfim, baixelas de prata e recipientes para servir vinho dos reis de Nápoles, antigüidades, porcelanas japonesas, chinesas e persas, e muito mais.


Ambiente clean e iluminação perfeita valorizam ainda mais as magníficas obras de arte do Museu Mouton


Uma experiência mágica e inesquecível, que marcará para sempre aqueles que apreciam arte e vinho, aqui ligados de forma criativa e inovadora, que sempre foi a característica principal do Mouton, reflexo da personalidade do Baron Phillipe, agora personificada em sua filha, a Baronesa Phillipine de Rothschild e seus filhos Philippe e Julien.

"Eu, Mouton, nunca mudo" - a famosa frase do Baron Phillipe pode soar estranha numa empresa inovadora e sempre à frente de seu tempo. Mudar não muda, mas está sempre se reinventando e surpreendendo sua legião de admiradores.

O Museu Do Vinho e Arte e a Sala das Pinturas estão agora abertos ao público, mediante reserva pelo site www.chateau-mouton-rothschild.com



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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Americana produz retratos coloridos com manchas de vinho


Na série Wine Stains, Amélia Fais Harnas traça um paralelo entre a bebida e o caráter do ser humano.

 
Estar em um encontro com os amigos e derrubar alguma bebida na roupa está longe de ser algo agradável. Além da vergonha de ficar sujo, há a chance de a mancha nunca mais sair, nem com o melhor dos removedores. Mas as manchas são parte do trabalho da americana Amelia Fais Harnas. Na série Wine Stains (manchas de vinho), a retratista borda rostos em tecido e colore as imagens com a bebida.

 
Amélia precisou usar diferentes tipos de vinho, com cores e níveis de açúcares variados, para produzir as imagens. Por mais meticuloso que o trabalho seja, ela reconhece que a fluidez do vinho no tecido faz com que o resultado seja imprevisível. 

 
 
Essa propriedade da bebida fez com que a artista traçasse uma analogia com o caráter do ser humano. "A tentativa de controlar a natureza imprevisível do vinho canalisa a natureza igualmente imprecisa do caráter de uma pessoa", afirma Amélia em seu site oficial. Lá, estão disponíveis todas as imagens da série e outros trabalhos feitos por ela.
 
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