Foi nessa época que os primeiros colonos gregos se instalaram em sua costa, trazendo suas vinhasDa Antiguidade clássica até nossos dias, essa parte da Itália foi um verdadeiro caldeirão de culturas, invadida por fenícios, gregos, cartagineses, vândalos, árabes, normandos e espanhóis, que deixaram sua marca nos monumentos e na cultura siciliana. Durante todo este tempo, a presença dos fermentados sempre foi marcante e atingiu seu ápice no século XVIII, quando os ingleses criaram o vinho Marsala.
A topografia da região, formada por duas cadeias montanhosas e suaves colinas, permite boa insolação e boa drenagem, além de oferecer opções de altitude – até 600 metros na maior parte da ilha, podendo chegar a mais 1.000 metros nas encostas do Etna -, possibilitando implantar vinhedos em locais mais apropriados às castas e estilos desejados. O solo pobre que as parreiras tanto apreciam pode ser notado por tantos blocos de pedras e algumas formações rochosas que interrompem a imagem da vegetação rasteira, coberta, nesta época ainda, de margaridas amarelas.
Ocorre que a classificação IGT, embora dê mais liberdade ao produtor, permitindo que ele escape das amarras impostas pelas regras determinadas pelas Denominações de Origem – é a grande reclamação das vinícolas europeias, que têm que obedecer normas rígidas, enquanto as vinícolas do Novo Mundo “deitam e rolam”, plantando quanto, o que, como e onde querem, o que lhes possibilita propor vinhos mais fáceis, mais baratos e do agrado do consumidor -, impede qualquer monitoramento da qualidade, além de colocar todos os vinhos da região dentro de um mesmo caldeirão, sem qualquer especificação de procedência. No caso, é como se a Sicília fosse um território único, perfeitamente homogêneo. Não só não é verdade como invalida a noção de “terroir”, conceito fundamental em se tratando de vinhos de bom padrão.
No entanto, quem visita a ilha hoje, ou mesmo degusta seus melhores vinhos, perceberá que muita coisa mudou ultimamente.
Uma sugestão muito interessante, que você encontra na Via Vinum é este, Tenuta delle Terre Nere. O solo das encostas do Etna deixam o vinho bastante particular, com notas que lembram um Borgonha para alguns críticos. Um vinho diferente e cheio de personalidade.