Uma enorme adega com 33,75 metros quadrados foi descoberta em Tel Kabri, uma ruína arqueológica pertencente a uma antiga cidade cananeia, no Norte de Israel. Os arqueólogos desenterraram 40 ânforas, cada uma com uma capacidade de 50 litros, datadas de 1700 a.C. O achado foi anunciado nesta sexta-feira, na reunião anual da American Schools of Oriental Research, em Baltimore, nos Estados Unidos.
“Isto é uma descoberta significativa de enorme dimensão, é uma adega que, até onde sabemos, é inigualável em termos de dimensão e idade”, disse Eric Cline, co-diretor da escavação, da Universidade de George Washington, nos Estados Unidos.
Os investigadores estavam escavando numa residência palaciana cujos vestígios arqueológicos se situam hoje perto da cidade israelita de Nahariya. Esta região foi colonizada pela primeira vez há 16.000 anos. A cidade cananeia, uma denominação mais geográfica do que étnica, associada às cidades existentes na região que hoje abrange Israel, o Líbano e partes da Jordânia e da Síria, é da Idade do Bronze, e esteve ativa entre os anos 2000 a.C. e 1550 a.C.
A equipe de arqueólogos começou desenterrando apenas uma ânfora e, de repente, começaram a aparecer muitas mais, cinco, dez, 15... "No final, 40 ânforas foram recuperadas numa adega com uma área de 4,5 por 7,5 metros”, diz Eric Cline. Segundo as contas dos investigadores, o volume total de vinho guardado nestas vasilhames totalizaria 2.000 litros, o equivalente a 3.000 garrafas de vinho. Uma adega de respeito mesmo para os padrões atuais.
Os investigadores fizeram uma análise da composição do líquido guardado nas ânforas e além de ácido tartárico e ácido siríngico, dois componentes importantes do vinho, os investigadores encontraram vestígios de ingredientes que eram populares nos vinhos daquela altura: mel, menta, pau de canela, bagas de zimbro e resina. Os investigadores querem analisar melhor a composição deste vinho para tentar reproduzi-lo.
Fonte: Público.pt
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