Região localizada na Toscana, Itália, entra na lista dos postulantes da Unesco.
Ao completar 300 anos desde a regulamentação da região italiana de Chianti Classico em 1716, os produtores do célebre vinho são os mais novos integrantes da lista de interessados em alcançar o status de patrimônio mundial cultural da Unesco. Eles seguem os passos de regiões como Barolo, Champagne, Borgonha e St-Emilion.
A área-candidata corresponde exatamente à Denominação de Origem Controlada e Garantida de Chianti Classico, também conhecida como Gallo Nero, graças à logomarca dos vinhos, a de um galinho preto. Descolou-se do genérico Chianti em 1996, ao incluir o sufixo “Clasico” e levar a DOCG.
Para entrar na célebre lista, os produtores têm que provar que são parte de uma paisagem de valor universal excepcional. Se for aprovada, será a 52ª região italiana a ser considerada patrimônio da humanidade – nenhum outro país tem tantas regiões protegidas. Outras regiões italianas que estão na corrida da Unesco são Prosecco e os vinhedos de Nebbiolo em Valtellina.
As regiões que entraram na lista da Unesco mais recentemente foram Borgonha e Champagne, na França, ambas incluídas na seleção em julho deste ano. Outras célebres áreas vinícolas, como o Piorato, na Espanha, estão buscando o reconhecimento da Unesco.
Os critérios de avaliação são claros e públicos, disponíveis no site da Unesco. Eles dizem respeito ao tipo de representação histórica e cultural que cada região oferece. E, uma vez que um lugar entra na lista, é comum que viva um boom turístico – algumas regiões, no entanto, já são extremamente visadas pelos viajantes e até dispensariam mais turistas.
O reconhecimento da Unesco não costuma ter impacto no preço dos vinhos.
Há ainda regiões vinícolas que entram na lista por outras razões que não o vinho – seja arquitetura, beleza da paisagem ou localização, como é o caso do vale do Loire, na França, que faz alguns bons vinhos, mas não está na lista por eles.
Chianti Classico
A Sangiovese é a espinha dorsal do Chianti Classico, que pode ser “cortada” com outras 49 variedades tintas. Novas regulações permitem até 20% de uvas estrangeiras como Merlot, Syrah e Cabernet Sauvignon. Mas nem sempre foi assim. Durante muito tempo, as brancas Malvasia e Trebbiano eram as mais comuns no corte.
Ocorre que nos anos 1960, a região entrou em crise com mudanças no sistema de agricultura, o que levou ao êxodo de mão-de-obra especializada e à decadência de muitas vinícolas, que passaram a produzir vinhos com preocupação na quantidade e não na qualidade.
A virada ocorreu com a chegada dos Supertoscanos, vinhos que fugiam às regras ao usar uvas estrangeiras e não tinham o direito de usar o nome da região no rótulo, sendo apenas “vinho de mesa”. (O mais celebre deles, criado por Giacomo Tachis, é o Sassicaia.) Era uma situação demasiadamente embaraçosa para o consórcio dos vinhos da região perder a preferência do público para vinhos não-regulamentados e com menos tradição.
Nos anos 1980, a associação dos produtores finalmente entendeu que era preciso melhorar práticas de viticultura e os vinhedos em si para melhorar a qualidade dos vinhos. Começaram a estudar clones, performance em cada altitude, composição do solo entre outros detalhes, o que levou a uma melhora considerável de qualidade.
Em 1996, a região recebeu o DOCG, passou a ser chamada de Chianti Classico e passou a operar nas regras que hoje conhecemos: de 80% a 100% de Sangiovese e até 20% de outras uvas tintas.
Fonte: http://paladar.estadao.com.br/blogs/blog-da-belle/aos-300-chianti-classico-quer-ser-patrimonio-cultural-da-humanidade/
Siga-nos no Instagram: @viavinum e no Facebook: www.facebook.com/viavinumvinhos
Nenhum comentário:
Postar um comentário